28 de junho de 2024

2019-04-23 Entrevista sobre Téti para a revista Entrevista da UFC

 2019-04-23 Entrevista sobre Téti para a revista Entrevista da UFC

ENTREVISTADOR: Marcos Moreira, estudante de Jornalismo da UFC. Faço parte da Revista Entrevista, projeto que entrevista grandes personalidades do Brasil. Nesta edição temos a honra de uma das entrevistadas ser a Téti. Com isso entrevistarmos também algumas pessoas próximas para saber mais sobre a entrevistada. Já falei com o Rodger Rogério e vou falar com a Daniela também.

 ENTREVISTADO: PEDRO ROGÉRIO

SEGUNDO FILHO

DATA DE NASCIMENTO 04/03/1972 – 47 ANOS (em 2019)

PROFESSOR DA UFC


Curso de Música na graduação, Mestrado Profissional em Artes no ICA e Mestrado e Doutorado no PPGEB/FACED/UFC, PESQUISADOR, MÚSICO E RADIALISTA (Rádio Universitária)

  1) - O que mais caracteriza a Téti como mãe?

É uma mãe como todas as boas mães: atenciosa e amorosa com todos da família, especialmente com filhos, netas e neto (4 meninas e 1 menino) e agora com um primeiro bisneto. Sempre mantendo a casa aconchegante para receber família e amigos. Sua casa tem a sua cara, com quadros belíssimos pelas paredes e uma cama onde os filhos e netos invariavelmente se direcionam quando chegam a sua casa, assim como filhotes que se aconchegam em um ninho.

Seu amor materno se estende a amigos privilegiados que sentem e percebem seu amor. Em São Paulo na década de 1970, quando nasci, nossa casa era o ponto de encontro dos artistas em Sampa. Continuou assim na volta para Fortaleza na rua Frei Mansueto, depois na rua Antônio Augusto e até hoje na sua casa, no atual endereço... Inclusive, muitos músicos sentem e declaram um reconhecimento filial, por perceber sua maternidade. Gosta de ver os filhos bem de saúde, acompanha e cobra o cuidado com a saúde. E tem moral pra cobrar porque cuida bem da própria saúde, ou seja, dá o bom exemplo.

2) - Qual a sua memória favorita com ela? Há algum momento especial de vocês dois que você gostaria de destacar?

Um show que dirigi no Centro Cultural Banco do Nordeste, por volta de 2005. Um show em que coloquei boa parte da família no palco: eu, minhas irmãs Daniela e Flávia e nosso primo baterista Aquiles Melo. Também teve a participação de meus alunos de música de um projeto da prefeitura que se chamava Crescer com Arte. Um show com música, poesia, imagens em um telão. Uma produção muito bonita onde senti que ela se realizou plenamente. E eu também me realizei por ter conseguido dirigir um show com muitos detalhes, mas principalmente por ver uma alegria sincera e profunda nos olhos e sorriso da minha mãe.

 3) - Você se lembra de como foi o processo de separação dos seus pais? Você se lembra como a Téti estava nessa fase?

Lembro. Foi como toda separação que deixa marcas e traumas para o resto da vida. Uma dor que não tem como nomear. É um trauma e uma dor tão forte e profunda que somente há poucos anos compreendo melhor o processo. E ainda continuo em busca de entender. Em um primeiro momento, com 13 anos de idade, minha vida se desorganizou em todos os sentidos. Em um segundo momento, já como estudante universitário, quase 10 anos depois, percebi que eu precisava dar conta da minha vida. A partir desse momento, racionalmente, consegui administrar razoavelmente bem. Contudo, o que fica submerso nos labirintos do subconsciente ou do inconsciente, só o santo remédio tempo pode curar.

Profissionalmente Téti estava muito bem. Mas, obviamente a vida do casal não estava bem...

 4) - Como foi a dinâmica da família, de você e suas irmãs, após a separação?

Ambos -  Rodger e Téti – sempre se mantiveram dignos e generosos como pai e mãe.

Não faltou amor pelos filhos. A amizade prevaleceu.

 5) - O Rodger disse que a Téti é bem humorada e brincalhona. Você também a percebe desta forma?

Completamente! Essa uma característica muito forte de toda a família da minha mãe. Ela é a caçula de 24 irmãos. Então, imagine a quantidade de gente... O pai dela teve 14 filhos no primeiro casamente. Ficou viúvo e depois casou com minha avó e teve mais 10. Todos brincalhões e bem humorados. Uma maravilha.

 6) - Como foi para você decidir se tornar pesquisador dos movimentos musicais em que sua mãe esteve tão envolvida. E como a Téti reagiu ao saber desse seu interesse mais forte por isso?

A vida me levou a isso. Desde muito novo me interessei pelo que eles (Rodger e Téti ) faziam. Comecei tendo muito cuidado com os discos em casa. Minha relação com os discos (vinis) era especial. Passava tardes e tarde ouvindo discos e lendo os maravilhosos encartes. Então, com os discos deles, da mesma maneira. Dessa forma me informava do ano de gravação, quem fez a direção musical, direção artística, direção geral, produção, os músicos que tocavam, qual nome dos compositores de cada música... enfim, de toda a ficha técnica.

Teve um momento marcante na minha adolescência que foi quando tocou o telefone fixo (que tinha em todas as casas) e minha irmão mais velha – a Daniela – atendeu. Era o artista plástico e pintor Alano Freitas querendo uma informação a respeito de uma música e Daniela disse: “Esse assunto quem sabe informar é o Pedro Rogério”. Até ali eu não percebia que eu era o melhor informado da casa.

Téti reagiu da forma mais linda que uma mãe pode reagir. Ela já declarou várias vezes que o momento mais importante e mais feliz da vida dela foi ver meu trabalho de pesquisa ser realizado.

7) - A Téti comentou na pré-entrevista que você sempre pensa e organiza novos projetos para ela. Você já tem algo novo em mente ou que esta a caminho?

Na verdade as pessoas, muitas vezes, quando querem entrar em contato com ela, primeiro sondam comigo. Então, faço a ponte com ela e isso me coloca no lugar de “mediador”.  Ela está em uma fase que gosta de atender a convites.

Então, estou imaginando que surgirá um convite de um show celebrando seus 75 anos de idade. E quando isso acontecer, estarei ao lado dela dando sugestões de repertório, de concepção geral do show, qual a melhor formação musical etc. Mas, no final das contas, obviamente, ela decide tudo. Apenas lanço ideias e busco facilitar o andamento das coisas.

8) - Por fim, como você definiria a Téti (mãe, cantora, mulher...) em uma frase?

Téti é uma mulher de fibra, sincera com ela mesma e com os outros; traz em si um extinto materno que vai dos filhos, passando pelos amigos e chega a toda a sua contribuição na música cearense.


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